A história de São Carlos
Fonte: http://www.saocarlos.sp.gov.br
A região começou a ser povoada no final do século XVIII, com a abertura de uma trilha que levava
às minas de ouro em Cuiabá e Goiás. Saindo de Piracicaba, passando por Rio Claro, subindo as
escarpas das encostas do planalto, passando pelos campos, matas e cerrados de Araraquara, levas
de povoadores se estabeleceram na região. A história de São Carlos tem início em 1831, com a
demarcação da Sesmaria do Pinhal. Na data da fundação, 4 de novembro de 1857, a povoação era
composta por algumas pequenas casas ao redor da capela e seus moradores eram, em sua maior
parte, herdeiros da família Arruda Botelho, primeiro proprietários das terras da Sesmaria do Pinhal.
São Carlos foi elevada à categoria de vila em 1865 e a Câmara Municipal empossada. Em 1874 a
vila contava com 6.897 habitantes e destacava-se na região pelo seu rápido crescimento e im-
portância regional. Em 1880, passou de vila para cidade e em 1886, com uma população de 16.104
habitantes, já possuía uma ampla infra-estrutura urbana.
Entre 1831 e 1857 foram formadas as fazendas de café pioneiras, marcando o inicio da primeira ativi-
dade econômica de maior expressão em São Carlos. A lavoura cafeeira chegou à Fazenda Pinhal em
1840 e se espalhou por todas as terras férteis no município, tornando-se o principal produto de ex-
portação.
A cidade surgiu no contexto da expansão da lavoura cafeeira, que foi marcante na últimas décadas
do século XIX e nas duas primeiras do século XX. A chegada da ferrovia em 1884 propiciou um
sistema eficiente para escoar a produção para o porto de Santos e deu um grande impulso ao de-
senvolvimento da economia da região. A ferrovia também contribuiu para que a áreia central da
cidade se firmasse como local de destaque político e econômico.
Nas últimas décadas do século XIX ocorreu o fenômeno social que mais influenciou a região
central do Estado de São Paulo: a imigração. São Carlos recebeu imigrantes alemães trazidos pelo
Conde do Pinhal em 1876, e de 1880 a 1904, o município foi um dos principais pólos atrativos de
imigrantes do Estado de São Paulo. A grande maioria imigrantes do Estado de São Paulo. A grande
maioria deles era originária das regiões setentrionais da Itália. Os imigrantes vinham para trabalhar
nas lavouras de café e, graças às suas habilidades, atuavam também na manufatura e no comércio.
No início do século XX existiam inúmeras sociedades culturais e de ajuda mútua que desenvolviam
atividades sociais com a finalidade de promover a educação, destacando-se a Vittorio Emanuele, de
1900, e a Dante Alighieri, de 1902. A presença de imigrantes, italianos era tão grande que durante as
primeiras décadas do século XX, o governo italiano manteve um vice-consulado em São Carlos. A
crise cafeeira de 1929 levou os imigrantes a deixarem a atividade rural, passando a trabalhar no
centro urbano como operários nas oficionas, no comércio, na prestação de serviços, na fábrica de
artefatos de madeira e de cerâmica e na construção civil.
Os fazendeiros aplicavam os lucros obtidos com o café na constituição de várias empresas em São
Carlos: bancos, companhias de luz elétrica, de bondes, telefones, sistemas de água e esgoto,
teatro, hospitais e escolas, fotalecendo a infra-estrutura urbana e criando condições para a industri-
alização. Com os conhecimentos dos imigrantes e com a chegada de imigrantes de outros centros
urbanos nas décadas de 30 e 40, a indústria consolida-se como a principal atividade econômica de
São Carlos, que chegou à década de 50 como centro manufatureiro diferenciado, com relevante ex-
pressão industrial entre as cidades do interior do Estado de São Paulo.
O setor industrial desenvolveu-se também a partir de oficinas que serviam às plantações de café. A
fabricação de máquinas de beneficiamento, sapatos, adubos, ferragens, móveis, macarrão e charu-
tos, assim como as alfaiatarias, cervejarias, fundições, serrarias, tecelagem, um indústria de lápis
e olarias marcaram a economia de São Carlos no anos 30. Nas décadas de 50 e 60 a indústria
solidificou-se com a instalação e fábricas de geladeiras, compressores, tratores e uma grande quan-
tidade de empresas pequenas e médias, fornecedoras de produtos e serviços.
Na segunda metade do século XX, a cidade recebeu um grande impulso para o seu desenvolvimento
tecnológico e educacional com a implantação, em abril de 1953, da Escola de Engenharia de São
Carlos, vinculada à Universidade de São Paulo(USP), e, na década de 70, com a criação da Uni-
versidade Federal de São Carlos (UFSCar).